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Os impactos da violência sobre a educação e os programas socioemocionais vinculados ao Pacto Lajeado Pela Paz foram os temas do quarto encontro de formação dos professores da rede municipal. A capacitação aconteceu nesta quinta-feira, 19/09, quando a Prefeitura de Lajeado, por meio da Secretaria da Educação (SED), realizou o evento que integra o projeto “Educar, Aprender e Evoluir”. O teatro da Univates reuniu autoridades, professores, monitores, recreacionistas, agentes socioeducativos e estagiários das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e Projetos Vida (Pvs), e representantes da rede privada e estadual de Lajeado. Também estiveram presentes o prefeito Marcelo Caumo, a vice-prefeita Gláucia Schumacher, o promotor de Justiça Sérgio Diefenbach e a titular da SED, Vera Plein.

“Cada atividade do Pacto Lajeado Pela Paz enche nosso coração de alegria. Alegria em ver essa proposta de tornar Lajeado uma cidade mais harmônica sendo multiplicada por agentes. E esses agentes somos todos nós que, de alguma forma, já começaram a interagir com o Pacto”, disse o prefeito Marcelo Caumo na abertura do evento.

“Nós estamos aprendendo e nos organizando para a paz. Os profissionais são essenciais para a construção da paz. Nós precisamos de escolas e professores fortes e de uma sociedade que respire a pacificação”, falou o promotor de justiça, Sérgio Diefenbach em seu pronunciamento.

A secretária Vera Plein ressaltou que é responsabilidade dos profissionais da educação buscarem conhecimento e fortalecimento pessoal e profissional para que possam desempenhar seu papel com mais com segurança e autonomia. “Sabemos que fatores externos influenciam na aprendizagem, e um deles é a violência. Por isso convido aos profissionais a experimentarem novas possibilidades e desenvolverem ainda mais as habilidades socioemocionais, para se sentirem fortes e capazes de cuidar do desenvolvimento emocional e social dos nossos alunos”, ressaltou Vera.

A formação dos professores deu-se em três momentos. No primeiro, a consultora do Pacto Lajeado pela Paz e do Instituto Cidade Segura, Tâmara Biolo Soares, apresentou os três programas socioemonais que serão implementados em Lajeado a partir de fevereiro de 2020 com todos os alunos da cidade, incluindo as redes municipal, estadual e privada: o programa Afeto, Maternidade e Educação (AME, voltado para ajudar as mães a educarem seus filhos sem violência desde a gestação), o programa Conte Comigo (voltado para a educação infantil, a partir do estímulo da convivência pacífica entre pais e filhos com a leitura de livrinhos) e o programa Seja (sessões de educação socioemocional voltadas a alunos do 1º ao 9º ano das escolas de ensino fundamental).

No segundo momento, o pesquisador do Instituto do Cérebro do RS Augusto Buchweitz falou sobre o tema “Os efeitos da violência na empatia e na atenção no cérebro adolescente”. Baseado em estudos e pesquisas, Buchweitz explicou de que forma situações de violência afetam o cérebro de adolescentes e também a relação com o outro. “Um adolescente mais exposto à violência faz uma leitura equivocada do comportamento dos outros e, consequentemente, tem mais riscos para depressão e dificuldade de socialização”.

No terceiro momento, o psiquiatra e coordenador do Instituto da Família de Porto Alegre, Ovídio Copstein Waldemar, e os psicólogos Klaus Hensel, Breno Freitas e Lisiane Rech, também do instituto, falaram sobre como a educação socioemocional pode reduzir os fatores de risco para a violência. Eles abordaram a comunicação positiva, o conceito de educação socioemocional e seus cinco pilares, que são: autoconhecimento (que permite que cada um entenda melhor as próprias limitações e suas fortalezas, aumentando a confiança, otimismo e autoestima), autogerenciamento (que permite controlar impulsos para alcançar objetivos pessoais e acadêmicos), consciência social (que busca entender normas sociais e perspectiva de diferentes culturas), competência nas relações (que é a capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis) e tomada de decisão responsável (que é a habilidade de fazer escolhas construtivas, coerentes e comprometidas com padrões éticos). Ainda, explicaram sobre a importância da atenção plena, que é a prática de prestar atenção no momento presente, intencionalmente e com curiosidade, em diversas situações cotidianas, e sobre diálogo colaborativo.

Durante o encontro, também foram entregues a todos os representantes das 47 instituições de ensino municipais exemplares do livro "Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, do autor Marshall Rosenberg.